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“Tistu é um menino muito sortudo. Vive na cidade chamada Mirapólvora numa
grande casa, a Casa-que-Brilha, com o Sr. Papai, Dona Mamãe e o seu querido
pônei Ginástico. Eles são ricos pois o Sr Papai tem uma fábrica de canhões. Para
grande decepção de todos, Tistu dorme nas aulas. Sr Papai resolve fazer com que
Tistu aprenda as coisas vendo-as e vivenciando-as. As aulas serão com o
jardineiro Bigode e com o gerente da fábrica de canhões, o Sr Trovões. Na
primeira aula, o jardineiro bigode descobre um dom fantástico em Tistu: o menino
tem o dedo verde! Isto significa que, onde ele colocar o dedo, nascerão flores!
Porém as pessoas grandes não iriam entender este dom. Seria melhor mantê-lo em
segredo. Bigode se transforma no conselheiro de Tistu Com o Sr Trovões Tistu
conhece um pouco do lado triste do mundo: a miséria, a prisão, o hospital. Ele
resolve alegrar estes ambientes colocando seu dedo lá, mas no anonimato. Para o
espanto da população, o presídio ficou com tantas flores que as portas não
conseguiam mais fechar. Mas os presos não queriam fugir, pois estavam
maravilhados! As flores da favela absorveram o lamaçal e enfeitaram as casas,
transformando a favela em atração turística. A menina do hospital, que antes
contava os buraquinhos do teto para passar o tempo agora conta botões de rosas,
que nascem em volta do seu leito. A cidade, e a vida das pessoas da cidade,
mudaram completamente. Tistu então conhece a fábrica do Sr Papai. Ele fica
inconformado com o mal que os canhões e as guerras trazem. Secretamente, coloca
o dedo nos canhões que estavam sendo enviados para uma guerra. Resultado: a
guerra fracassa, pois ao invés de bombas, os canhões lançaram flores. A fábrica
é arruinada. Vendo o desespero do sr Papai, Tistu resolve revelar que foi ele
quem colocou as flores nos canhões e prova isso fazendo nascer uma flor no
quadro de seu avô, na parede. Sr Papai resolve então transformar a fábrica de
canhões em fábrica de flores. A cidade passa a se chamar Miraflores. Um dia
Tistu recebe a notícia de que o jardineiro Bigode tinha ido viajar, que estava
dormindo. Confuso com as informações, Tistu pergunta para seu pônei o que
aconteceu com Bigode. Ele revela: Bigode morreu. E este é o único mal em que as
flores não podem fazer nada. – Se Bigode morreu, ele está no céu. Então, vou
construir uma escada com minhas flores para ele descer! – conclui Tistu. Após
construir a escala, era impossível ver onde ela estava terminando. Sumia no céu.
Tistu esperou mas bigode não desce. Então ele resolve ir busca-lo. Seu pônei
tenta impedi-lo sem sucesso. Tistu sobe a escada, vê sua casa diminuindo, vê as
nuvens, perde seus chinelinhos e escuta a voz do Bigode: – Ah, você está aqui!
Naquela manhã os moradores da Casa-que-Brilha saíram a procura de Tistu e
encontraram uma relva diferente, roída pelo pônei, com botões de rosas dourados,
formado a frase: Tistu era um Anjo.”
Tistou Les Pouces Verts, foi escrito em 1957 pelo escritor
francês Maurice Druon.